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Vereador Lapa protocola pedido de CPI para investigar Fundação de Esportes e Lazer de Itajaí

Procuradoria jurídica do Legislativo vai analisar se autoriza a instauração da comissão

Vereador Lapa
Davi Spuldaro / Divulgação

A Fundação Municipal de Esportes de Itajaí (FMEL) será investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores. O vereador Edson Lapa (PR) vai protocolar na próxima segunda-feira, 14, ofício ao presidente da Câmara, solicitando a abertura da CPI. Até o final da tarde desta sexta-feira, 11, o documento contava com a assinatura de oito vereadores, uma a mais que o mínimo exigido pelo Regimento Interno para a abertura da CPI.

Até agora, assinaram pela abertura da CPI da FMEL os vereadores Célia Regina da Costa (a Célia filha do Elói) (PSD), Eduardo Ilto Gomes (Eduardo da Ki-Massa) (PRP), José Acácio da Rocha (professor Acácio) (PSDB), Marcelo Werner (PCdoB), Renata Narcizo Machado (SD), Robison José Coelho (PSDB), Rubens Angioletti (PSB), além do proponente, vereador Edson Lapa (PR).

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Lapa pretende colher o maior número de assinaturas possíveis. “Vou falar com cada um dos vereadores, Até agora todos que conversei assinaram pela abertura da CPI, exceto um vereador”, falou.

O ponto de partida foi um dossiê denominado “Observatório do Esporte”, entregue esta semana à Câmara, divulgado pelo jornal Diarinho na edição desta sexta-feira.

O documento de 21 páginas aponta uma série de supostas irregularidades dentro da FMEL. As denúncias se dividem em quatro grupos: Conselho Municipal de Esporte e Lazer (Comel); bolsa atleta; pagamento de diárias; e suspeita sobre o projeto que muda as regras do programa bolsa atleta.

Ao reconhecer indícios suficientes para propor a CPI o parlamentar pediu cautela. “Não estou aqui para acusar ninguém. Não sabemos se essas denúncias são procedentes, porém, fui eleito vereador, e é uma função primordial fiscalizar, e eu não posso me omitir, deixar isso passar em branco. Não posso fechar meus olhos para algo que PODE estar errado”, ponderou.

Agora, a Presidência envia o documento à Procuradoria, que analisa o pedido e emite um parecer. Caso autorize a CPI, a resolução de abertura deve ser apresentada pela Mesa Diretora já na sessão de terça-feira. A formação deve ter um presidente, um relator e mais três membros. Deferida a constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito, seus membros serão indicados num prazo de 5 (cinco) dias úteis.

Autor do pedido, Lapa manifestou interesse de presidir a comissão. “Desde já me coloco à disposição para presidir a CPI. Vamos aguardar os trâmites e compor com os indicados pelos líderes partidários,” disse o vereador.

No pedido entregue ao presidente Paulinho Amândio (PDT), os vereadores observam que “esta Casa não deve prevaricar, sendo que um dos papéis fundamentais do parlamentar é fiscalizar. (…) denota-se ser de suma importância a abertura de uma CPI para apurar se há ou não irregularidades que afrontam os princípios da Administração Pública e trazem prejuízos ao erário”, assinaram.

As acusações

Conselho Municipal de Esporte e Lazer

Segundo a denúncia, o superintendente da FMEL não estaria respeitando o estatuto do Comel, além de tentar favorecer alguns indicados. Também consta na acusação que o prazo para as inscrições de indicação dos conselheiros teria sido alterado, para favorecer indicados do superintendente.

Bolsa Atleta

O dossiê assegura que quem define os valores que cada atleta recebe é o próprio treinador – o certo, afirma o dossiê é o candidato precisa ser avaliado por uma comissão e o valor a receber, caso seja aprovado, é definido com base em critérios como o currículo e desempenho. No documento foi reproduzida a imagem de uma conversa do aplicativo WhatsApp, onde o superintendente da FMEL justifica o atraso no pagamento porque os treinadores não teriam entregado a planilha de valores.

Outra denúncia é o caso de uma bolsista da modalidade futebol, que foi aprovada em maio para ganhar R$ 3,6 mil por ano, porém, poucos dias depois ela passa a receber R$ 19,5 mil anuais.

Os denunciantes apontam que este aumento foi devido à prestação de serviço como fisioterapeuta no ginásio Gabriel Collares. “Prática totalmente ilegal e não prevista no edital do Bolsa Atleta 2017”, diz a denúncia.

Ainda de acordo com a denúncia, haveria pessoas sem currículo de atleta recebendo bolsa., e treinadores, que ganham para uma modalidade, mas sem ter experiência ou participado de competições. O dossiê aponta que a modalidade Triatlo possui quatro técnicos contratados e que recebem salário de R$ 2,2 mil por mês. Porém, os atletas que representam o município nos Jogos Abertos de Santa Catarina são de outras cidades e nem treinam em Itajaí.

Também há a denúncia de que uma família (casal e duas filhas) estaria recebendo R$ 87 mil por ano: o pai seria o técnico, a mãe a auxiliar e as duas filhas atletas. Há ainda a suspeita de professores da secretaria de Educação terem sido cedidos à FMEL sem obedecer aos critérios estipulados em lei e ainda estariam ganhando salários muito acima do permitido em lei.

Diárias

O dossiê afirma que um diretor da FMEL recebeu diária para assistir um jogo em Blumenau – o que seria a serviço da fundação – e, ao mesmo tempo, apitava um jogo do campeonato Brasileiro na Bahia, um trabalho extra do servidor comissionado. Pela denúncia, o mesmo funcionário faltou ao trabalho em Itajaí pelo menos cinco vezes só em junho para atuar como árbitro em outros estados e nada foi descontado do seu salário.

Projeto de lei

Por último, o dossiê questiona a proposta de mudança na lei do Bolsa Atleta, que prevê a criação da categoria ‘Iniciação Esportiva’ para atender os professores das escolinhas esportivas de bairro. Pela denúncia, a alteração só beneficiaria os interesses políticos e pessoais, pois, os atuais professores, que já recebem benefícios do Bolsa Atleta, tão trabalhando sem cumprir os requisitos mínimos previstos na lei.

Trâmite da CPI

De acordo com o Regimento Interno da Câmara, assim que deferida a constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito, seus membros serão indicados num prazo de 5 (cinco) dias úteis. Caberá ao Presidente da Câmara a designação dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, por indicação dos líderes dos partidos ou blocos parlamentares, por meio de ato da Presidência, assegurando-se a representação partidária proporcional.

A designação da comissão se torna oficial por meio de ato da Presidência, a ser publicado no Jornal do Município. Constituída a comissão, o vereador mais votado nas eleições municipais convocará seus membros para a primeira reunião, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a qual será realizada sob sua Presidência e cuidará da instalação dos trabalhos e da eleição do seu Presidente, do seu Relator e de seu Secretário.

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