O vereador Claudir Maciel (PSD) criticou duramente o prefeito Edson Piriquito (PMDB) e os vereadores da base do governo por defenderem a inscrição de Balneário Camboriú no programa “Mais Médicos” do governo federal, na sessão dessa quarta-feira (15), da Câmara de Vereadores. O programa federal tem objetivo de levar profissionais para cidades em que as condições de saúde são precárias, não sendo o caso de Balneário Camboriú, que possui a quarta maior arrecadação per capita de Santa Catarina.
O projeto concedia benefício para 15 médicos estrangeiros, sendo que Balneário Camboriú foi contemplado com apenas um. Causou polêmica durante a sessão, devido a falta do parecer de uma comissão, que impediu a votação da matéria. A bancada governista alertou que o município poderia perder o convênio com o governo federal caso a proposta não fosse aprovada hoje. Representante da oposição, Claudir Maciel se disse envergonhado após o longo debate para contemplar um único médico.
“Essa discussão é vergonhosa. Se o prefeito realmente deseja trazer melhorias na saúde, que conceda aumento aos profissionais da rede pública do município. Estamos impedindo que esse médico seja direcionado para um município mais pobre, que realmente precisa”, argumenta Claudir Maciel.
Um médico da rede pública local recebe em média R$ 2.500 de salário-base, menos da metade do que outras prefeituras pagam na região. Segundo o vereador, o prefeito deveria conceder R$ 3 mil de aumento para os médicos da rede municipal, ao invés de pagar para médicos estrangeiros.
ENTENDA O CASO
O Projeto de Lei 012/2015 tratou sobre a concessão de benefícios de auxílio-moradia e auxílio-alimentação ao médico estrangeiro. Juntas as bolsas chegam ao valor de R$ 3 mil, além do salário. A longa discussão dos parlamentares da bancada governista se deu porque a proposta chegou à Casa no mês de fevereiro, e até o momento não foi votada.
Os representantes da comissão de Saúde, Educação e Bem Estar Social, em especial o vereador Roberto Souza Jr. (PMDB), revelaram só ter recebido a proposta na terça (14). Apesar da longa discussão sobre a necessidade de aprovação do projeto, ele foi retirado de pauta.