O entardecer de domingo (05) em Balneário Camboriú foi marcado por uma escalada de tensão na Avenida Atlântica, com cenas perturbadoras de violência envolvendo uma drag queen e um grupo de indivíduos. O incidente ocorreu após a Marcha Pela Diversidade na altura da rua 1801.
Imagens exclusivas obtidas pelo Click Camboriú mostram o momento em que a drag queen, que participava do evento, é abordada pelo grupo, que questiona “quem é o macaco aqui, irmão?” Logo, recebe um golpe no peito, caindo ao chão, levando vários chutes em seguida. Relatos de testemunhas, enviados à nossa equipe, pintam um quadro de ação e reação.
Diversos espectadores intervieram para separar a briga, que parece ter começado em outro local e se intensificou ao longo da Avenida Atlântica. Enquanto a agressão física contra a drag queen foi amplamente condenada, as alegadas testemunhas igualmente criticaram suas supostas ações e o uso de linguagem racista.
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Um homem que diz ter testemunhado os fatos, e que se identifica como membro assumido da comunidade gay, relata que a drag queen já vinha causando distúrbios na ciclofaixa e que a discussão iniciou quando ela dirigiu ofensas verbais aos ocupantes de um veículo, chamando-os repetidamente de “macacos”.
“Estava passando bem no momento em que o fato aconteceu”,” relata Antonio Signori. “A Drag vinha causando tumulto já na ciclofaixa, com ciclistas que tentavam passar, foi quando começou a discussão com os ocupantes do carro, que por várias vezes chamou-os aos gritos de ‘macacos’. Não vejo coerência de nenhum dos lados mas espero que não a ‘vitimizem’, por que é tão culpada quanto. Eu sou gay casado com outro homem assumido perante a sociedade e familia, e tal baixaria não me representa”, explicou.
Outra testemunha corroborou a alegação de que a drag queen buscava confronto, tendo inclusive danificado o carro dos homens envolvidos. “Ela chamou ele de macaco várias e várias vezes, foi até no carro, bateu a porta e continuou gritando ‘seu macaco’. Sim, racismo vindo de um homossexual”, conta Kevin Silva.
“Verdade, até apartamos a briga que começou antes em outro local da Atlântica. Não sei como começou, mas ela gritava ‘macaco’. Ela inclusive chutou o carro dos meninos. E vinha andando na ciclofaixa xingando as pessoas, queria confusão. Não justifica a agressão, por isso tentamos apartar. Também não sou homofóbica, mas até onde presenciei ela estava alterada e queria arrumar briga”, contou outra testemunha que preferiu não ser identificada.
Este episódio coloca em destaque a complexidade dos temas de violência e preconceito. Enquanto as agressões físicas capturadas nas imagens são inquestionavelmente condenáveis, as alegações de racismo e provocação por parte da drag queen adicionam uma camada de nuance ao incidente que demanda uma investigação cuidadosa.
Embora o Click Camboriú não endosse a violência sob nenhuma circunstância, o compromisso com o jornalismo imparcial nos obriga a relatar os eventos conforme nos chegam, sem omitir aspectos que possam parecer desfavoráveis a qualquer das partes envolvidas.
A polícia não se pronunciou sobre o caso. A Guarda Municipal não gerou ocorrência.