Papito Talks: a trajetória e os desafios do Camboriú FC com Renato Cruz

SAF, estádio e polêmicas – Renato Cruz fala tudo sobre o Camboriú FC

O episódio 109 do Papito Talks recebeu Renato Cruz, presidente do Camboriú Futebol Clube, para uma conversa reveladora sobre o clube, sua trajetória no futebol catarinense e os desafios enfrentados nos bastidores. O bate-papo abordou desde a fundação do clube até as recentes polêmicas envolvendo a gestão, mudanças no escudo e uniformes, e a relação com as prefeituras de Camboriú e Balneário Camboriú.


A Trajetória do Camboriú Futebol Clube

Renato Cruz abriu o episódio relembrando a história do Camboriú FC, fundado em 11 de abril de 2003. Ele destacou que, apesar do clube carregar o nome da cidade de Camboriú, sempre houve uma relação próxima com Balneário Camboriú, algo que se intensificou a partir de 2015, quando iniciou uma integração entre as duas cidades no futebol.

Segundo Renato, a ideia de unir as cidades no esporte foi um projeto pioneiro, que deveria ser ampliado, e não combatido. Ele mencionou que o clube cresceu significativamente nos últimos anos, tornando-se um dos principais times do estado, chegando à primeira divisão do Catarinense e garantindo vaga para a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro.


O Desafio da Infraestrutura: O Problema do Estádio Robertão

Um dos grandes desafios do clube, segundo Renato, sempre foi a falta de um estádio adequado. O Estádio Roberto Santos Garcia (Robertão), em Camboriú, não atende aos padrões exigidos pela Federação Catarinense de Futebol (FCF) e pela CBF, tornando-se um obstáculo para o crescimento do time.

Em 2021, com a subida para a primeira divisão do Catarinense, o Camboriú precisou buscar alternativas para mandar seus jogos. Inicialmente, jogaram em Brusque, mas a baixa adesão da torcida fez com que Renato iniciasse negociações para levar os jogos para Balneário Camboriú, onde o estádio possuía a estrutura mínima necessária para competições nacionais.

Essa mudança, no entanto, gerou resistência por parte de setores políticos de Camboriú, que passaram a criticar o clube por se aproximar de Balneário Camboriú.


A Ascensão do Camboriú no Futebol Catarinense

Renato Cruz também relembrou os momentos de maior glória do Camboriú, incluindo a campanha de 2022, quando o time foi vice-campeão estadual, perdendo apenas para o Brusque na final. Esse feito foi considerado histórico, já que há 51 anos um clube pequeno do interior não chegava à decisão do Catarinense.

Além disso, a participação na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro Série D foi um divisor de águas para o clube, que passou a ser reconhecido nacionalmente. Renato destacou que essas conquistas só foram possíveis graças ao investimento de patrocinadores e da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), que ajudou a estruturar financeiramente o time.


Mudança no Escudo e a Polêmica das Camisas

Um dos temas mais polêmicos abordados foi a mudança no escudo do Camboriú FC. Renato explicou que a modernização da identidade visual faz parte de um processo natural no futebol e citou exemplos como Athletico Paranaense e Red Bull Bragantino, que passaram por reformulações semelhantes.

Ele também falou sobre a terceira camisa do time, que gerou críticas por trazer elementos que remetiam a Balneário Camboriú. Segundo Renato, essa camisa não substituiu os uniformes tradicionais laranja e branco, mas foi apenas uma homenagem à integração entre as cidades.

Ele criticou a politização do assunto e disse que muitas pessoas que hoje atacam o clube estavam anteriormente ao lado do time, frequentando jogos e até mesmo pedindo ingressos e camisas.


A SAF e a Gestão Financeira do Clube

Outro ponto importante da entrevista foi a transparência sobre a SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Renato explicou que a SAF foi essencial para a manutenção do Camboriú na elite do futebol catarinense. Ele apresentou números detalhados sobre a arrecadação do clube, desmentindo rumores de que o Camboriú teria recebido R$ 6 milhões da Copa do Brasil.

Segundo ele, o time arrecadou R$ 1,4 milhão da Copa do Brasil e R$ 475 mil da Série D, além de cerca de R$ 2 milhões em patrocínios. Entretanto, os custos operacionais do clube ultrapassaram R$ 8,5 milhões, exigindo aportes financeiros da SAF para cobrir o orçamento.

Renato criticou a forma como o clube tem sido atacado politicamente e reforçou que ninguém da diretoria “vendeu” o Camboriú, como algumas pessoas sugeriram.


Conclusão

O Papito Talks #109 foi um episódio esclarecedor, trazendo à tona os bastidores do Camboriú FC e as dificuldades enfrentadas pelo clube em sua jornada de crescimento. Renato Cruz abordou questões como infraestrutura, política, finanças e a evolução do futebol catarinense, deixando claro que a missão do Camboriú FC é continuar crescendo e representando as duas cidades.

Assista ao episódio completo para entender todos os detalhes sobre o Camboriú Futebol Clube e as polêmicas envolvendo sua gestão!