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Monitor cardíaco falha em indicar parada cardiorrespiratória de bebê de 60 dias no Ruth Cardoso

Aparelho apresentava sinais vitais ativos mesmo após a parada cardiorrespiratória da criança

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Poucos dias após a morte de um recém-nascido durante o parto, o Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, volta a enfrentar sérias acusações. Desta vez, o caso envolve a morte de um bebê de apenas 60 dias de vida, que estava internado na emergência pediátrica da unidade. O caso ocorreu na noite de segunda-feira (05), após a criança ter sido atendida na emergência pediátrica da unidade. Relatos obtidos pela reportagem apontam falhas técnicas e dificuldades da equipe médica em realizar a intubação no momento crítico.

Segundo informações apuradas, a criança havia sido levada ao hospital pela primeira vez no domingo (04), mas foi liberada após atendimento. No dia seguinte, voltou em estado grave e, conforme a secretária municipal de Saúde, Aline Leal, foi imediatamente atendida por três pediatras e encaminhada à sala vermelha, onde os procedimentos de emergência foram iniciados.

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Entretanto, de acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, os profissionais tiveram dificuldades para intubar o bebê. Ainda segundo o relato, a tentativa de intubação se estendeu por cerca de 20 minutos sem sucesso. Somente após esse período é que um médico da UTI neonatal foi chamado para realizar o procedimento, mas já era tarde demais. A criança não resistiu.

O que mais chamou a atenção de profissionais da unidade é que o monitor cardiorrespiratório ao qual o bebê estava conectado continuava indicando sinais vitais mesmo após a parada cardiorrespiratória da criança. Segundo o relato, foi uma técnica de enfermagem mais experiente que percebeu que a respiração do bebê não condizia com os dados na tela do monitor. Ao verificar manualmente, a profissional constatou que o bebê já não respirava, mesmo enquanto o monitor seguia indicando batimentos e atividade respiratória. A partir desse momento, a equipe iniciou manobras de reanimação, mas os esforços foram em vão.

A fonte classifica o caso como mais uma tragédia evitável e acusa negligência por parte da equipe responsável. Ela também afirma que a unidade está operando sem engenharia clínica — setor responsável por garantir o funcionamento e a calibração dos equipamentos médicos — e acusa a Secretaria de Saúde de centralizar o processo de contratação, impedindo o próprio hospital de tomar providências técnicas.

Em contato com o portal Click Camboriú, a secretária de Saúde, Aline Leal, informou que o bebê era morador de Camboriú e havia chegado para atendimento no hospital às 16h de segunda-feira (05). “Foi uma evolução muito rápida”, afirmou. Segundo ela, o bebê foi testado para vírus respiratório, teve assistência de três pediatras e chegou a ser levado para a sala vermelha. “A mãe relatou que estava sendo bem assistida e que compreendia que tudo possível foi feito”.

A morte do bebê ocorre em meio ao aumento de casos de infecções respiratórias em crianças em todo o estado. A secretária informou que Florianópolis já havia decretado emergência sanitária e que Balneário Camboriú adotou medidas como testagem de sintomáticos, uso obrigatório de máscaras nas emergências e reorganização da estrutura pediátrica para o enfrentamento do inverno. Segundo ela, um pedido de ampliação da equipe e da estrutura física já foi encaminhado.

Ainda assim, o episódio se soma a uma sequência de ocorrências delicadas dentro da unidade hospitalar, que incluem a morte do bebê Ragner durante o parto, um recém-nascido ferido com bisturi durante cesariana, e agora a morte de um bebê de 60 dias, potencialmente sem monitoramento adequado no momento da parada cardiorrespiratória e dificuldades na intubação.

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