Na sessão da Câmara de Vereadores de Camboriú de terça-feira, dia 5, a vereadora Jane Stefenn (PSDB) usou a tribuna para comentar a situação do comércio em torno do Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora. “Eu nunca tinha visto o que ocorreu este ano com a cidade de Camboriú. Parece que a única preocupação da Prefeitura foi mesmo com a arrecadação dos alvarás. Não consegui perceber a mesma preocupação com a infraestrutura para os visitantes”, afirmou ela.
Jane relatou que passou duas tardes conversando com os vendedores em torno do ginásio de esportes, onde o evento ficou concentrado. “Ouvi muitas reclamações dos próprios vendedores com relação ao número de ambulantes, que foi muito alto. E fez com que as ruas estivessem tomadas de produtos”, disse ela.
A vereadora lembrou que a cidade ficou muito suja e com um cheiro muito ruim. “Não havia condições para receber tanta gente. Temos que pensar nos moradores da cidade também”, completou.
Jane e o vereador Ângelo César Gervásio (PMDB) elaboraram um requerimento que será votado na próxima sessão, na terça-feira, dia 12. Eles solicitam o número de alvarás liberados, com especificação de pontos fixos e ambulantes, os valores cobrados e o valor total arrecadado. Além disso, querem saber em que foram gastos os R$ 290 mil previstos em infraestrutura para o evento.
Projeto visa impedir a venda de certos produtos
A vereadora falou também do projeto de lei que está elaborando. A intenção é limitar os produtos que podem ser vendidos em comércio temporário. Especificamente dos Gideões, seriam mantidos alimentação e artigos religiosos e impedidas as vendas de roupas e calçados. O projeto ainda vai passar pelo setor jurídico da Casa, então poderá sofrer modificações. Ainda não há data para votação.
De acordo com a vereadora, seu objetivo é tentar ajudar a organizar este comércio em torno do Congresso dos Gideões, que tem crescido bastante. “Para não tirar o brilho deste evento religioso tão importante. Para não desvirtuar. Para que as pessoas as invés de virem procurar a palavra de Deus e se encontrar em um evento religioso, venham para Camboriú apenas para comprar e encontrar a cidade nesta desordem em que ela fica”, explica.
Jane lembra que os produtos oferecidos durante o Congresso prejudicam o comércio local. “O Dia das Mães é uma ótima data para todo o comércio, mas em Camboriú os lojistas sentem o impacto das compras feitas durante o período do evento. Não podemos prejudicar quem paga impostos aqui o ano todo”, completa.
Jane fez questão de ressaltar que não é contra o Congresso. “Jamais serei contra o Congresso. É um evento bonito, com a intenção de evangelizar, o trabalho dos Gideões é um orgulho para Camboriú. Exatamente por isso que precisamos repensar o entorno deste evento”, concluiu.