O secretário de Planejamento, Auri Pavoni, recebeu nesta semana o Presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Paraná, Marcelo Araujo, que estava em Balneário Camboriú. Na visita, o advogado destacou a importância da ciclofaixa compartilhada. Araújo também é ex-secretário do Trânsito de Curitiba e professor de direção de Trânsito na Universidade Dom Bosco.
Araujo afirmou que, segundo o anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, a ciclofaixa compartilhada implantada recentemente na Avenida Atlântica está dentro dos trâmites legais. “A ousadia foi muito bem acertada em privilegiar o ser humano, criando este espaço”, diz o advogado.
O presidente da comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana da OAB Paraná, mora em Curitiba mas visita bastante Balneário Camboriú e comenta que, como frequentador da cidade, pode afirmar que os principais pontos positivos são: “primeiramente a visão direta ao mar, que antes não se permitia. Segundo, a questão da poluição sonora de sons automotivos que segundo os próprios comerciantes admitem, já diminuiu bastante. Juntamente também com o fluxo da própria Avenida Atlântica, que melhorou devido a inexistência de carros manobrando e a velocidade dos motoristas que procuravam vagas de estacionamento”, ressalta. Para o professor, Balneário sempre foi famosa pelo conceito de carros de luxo, mas hoje além disso, pode ser conhecida também pelos meios de transportes alternativos. “A cidade já está muito mais humanizada”, afirma.
O Secretário de Planejamento, Auri Pavoni, destaca que os aspectos positivos são com certeza superiores e que essa é uma ideia que deve ser difundida. “Daqui pra frente, com todas as questões bem definidas e com as pessoas bem conscientizadas sobre o compartilhamento, as coisas só tendem a melhorar. Todos os pontos levantados pelo Dr. Marcelo Araujo foram levados em consideração pelo prefeito Edson Piriquito. Foi pensando na qualidade de vida das pessoas que ele encabeçou este projeto e nós o colocamos em prática”, garante. Estavam presentes também na reunião o gestor do Fundo Especial de Outorga Onerosa de Transferência de Potencial Construtivo (FETPC), Orlando Angiolette, e o arquiteto da Secretaria de Planejamento, Helvys Vermiane.
Parabéns ao Jornal Página três que publicou o currículo deste elogiador, que já estourou todos os pontos e teve carteira apreendida. Inacreditável que venha dar uma de esperto por aqui. Mas está valendo tudo, até gente condenada, agarrada na máquina pública. Raposa explorando o galinheiro há décadas, seja do partido que for. Bando de tralha, que um dia, quando houver justiça de verdade, vão pagar por suas atuações nefastas.
LEIA:
Ex-secretário de trânsito que caiu por excesso de multas vai julgar recursos de motoristas no PR
Rafael Moro Martins
Do UOL, em Curitiba
17/10/201319h24
O governo do Paraná nomeou um ex-secretário de Trânsito de Curitiba, que deixou o cargo depois que a informação de que ele tinha mais de 20 pontos na carteira de motorista se tornou pública, como membro de uma das sete Jaris (Juntas Administrativas de Recursos de Infrações) do Detran (Departamento de Trânsito). O decreto foi publicado em 26 de setembro passado.
As Jaris são responsáveis por julgar recursos de motoristas multados por agentes de trânsito e, se considerarem apropriado, extinguir as punições. O advogado especializado em trânsito Marcelo Araújo será um dos componentes da 6ª Jari, indicado pelo Sindiloc (Sindicato das Locadoras de Veículos do Paraná), a quem presta assessoria jurídica.
Araújo foi o primeiro ocupante de Secretaria de Trânsito de Curitiba, criada em 2011 pelo então prefeito Luciano Ducci (PSB), sucessor e afilhado político de Richa.
Em julho de 2012, o jornalista Celso Nascimento, colunista do jornal “Gazeta do Povo”, informou que o advogado teria acumulado mais de 180 pontos na carteira desde 2003, recebendo nove notificações do Detran, ao longo dos anos, por ter ultrapassado os 20 pontos.
Pressionado, o secretário licenciou-se do cargo, entregou a carteira e se inscreveu em curso de reciclagem. Uma semana depois, pediu demissão.
Nesta quinta (17), Araújo questionou, ao UOL, os números que causaram sua saída da prefeitura. Ainda assim, admitiu ter ultrapassado por três vezes os 20 pontos na carteira.
“[Em 2012] Cheguei a 22 pontos. E, em dois momentos, antes disso, acumulei mais de 20 pontos. Mas, nesses casos, ganhei os recursos que apresentei por apontar falha do sistema na época, que era a falta de defesa prévia na suspensão da carteira”, disse.
As multas, segundo ele, foram causadas por excesso de velocidade e estacionamento irregular.
“Pessoalmente, nunca deixei de me sentir qualificado para o cargo. Quando fiz o curso de reciclagem, fiz de forma espontânea, pois ainda tinha recursos a apresentar”, disse o advogado, que chegou a ser fonte habitual da imprensa local para questões de trânsito, durante a década passada.
“Me sinto absolutamente confortável para julgar, identificar situações e para dar aula dessa matéria [trânsito]. [O senador e presidenciável tucano] Aécio Neves foi apanhado na blitz da Lei Seca no Rio. Isso quer dizer que não é qualificado para ser governante?”, disse.
Araújo também disse não ver conflito de interesses caso tenha de julgar recursos de multas apresentados por locadoras de automóveis – ele presta assessoria a sindicatos que reúnem empresas do setor no Paraná e em São Paulo. “Se entender que está errado, será revisto. Se estiver certo, [a multa] estará mantida”, falou.
Os integrantes das Jaris paranaenses recebem R$ 410 por sessão – são realizadas 12 por mês. A cada sessão, cada junta julga 20 processos.
Outro lado
A reportagem procurou o governo do Estado e ouviu que apenas o Detran se pronunciaria sobre a nomeação de Marcelo Araújo.
Em nota, o Detran informou que “os requisitos para ser conselheiro da Jari são não ter suspensão vigente ou nos últimos 12 meses, ter o segundo grau completo e conhecimento em trânsito e ser nomeado por um dos três grupos que compõem a Jari: representantes da sociedade enquanto entidades de trânsito, representantes do Detran e representantes de notório saber.”
Prossegue o texto: “o advogado entregou sua habilitação no dia 16/07/2012, começou o curso de reciclagem no dia 21 do mesmo mês e cumpriu a suspensão de um mês, conforme determinado, tendo recebido a CNH em 16/08/2012. Sendo assim, na data de nomeação como membro da JARI, em 18/08/2013 já estava apto para assumir o cargo.”