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Balneário Camboriú

Graciliano deixa um espaço difícil de ser preenchido na comunicação

Apresentador não tinha vergonha em empregar o regionalismo do sotaque “peixeiro” de Itajaí e brilhou ao longo de mais de duas décadas na TV catarinense

⚠ As matérias assinadas e publicadas pelos colunistas são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Click Camboriú.

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Lucas Machado
Lucas Machado é jovem e residente de Balneário Camboriú. Gosta de falar sobre entretenimento, comportamento, política e cultura pop. O único problema é que ele é jornalista.

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Apresentador não tinha vergonha em empregar o regionalismo do sotaque “peixeiro” de Itajaí e brilhou ao longo de mais de duas décadas na TV catarinense
Apresentador não tinha vergonha em empregar o regionalismo do sotaque “peixeiro” de Itajaí e brilhou ao longo de mais de duas décadas na TV catarinense.

Era meados de 2014 quando pela primeira vez encontro com um apresentador de televisão pelo qual havia acompanhando há alguns anos – e sim, isso um era motivo de felicidade, e neste momento, de saudade.  

Graciliano Rodrigues, falecido no fim da tarde de ontem no Hospital Marieta Konder Bornhausen (Itajaí), fazia parte da vida do catarinense que tinha a TV aberta como principal fonte de informação, ou pelo menos uma delas.

Nascido em Antônio Carlos (SC), o radialista não tinha vergonha em empregar o regionalismo do sotaque “peixeiro” de Itajaí e brilhou ao longo de mais de duas décadas na TV catarinense.

Entretanto, foi majoritariamente em frente a tela da TV Record que Rodrigues ganhou a graça e o prestígio do público.

Sabendo disso, voltamos a 2014, quando mestre e discípulo se encontram.

Eu, jovem aspirante a comunicador, estava em meu segundo ano do curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) quando finalmente consegui o número do telefone pessoal de Graciliano.

Meu objetivo era convidá-lo a participar de um programa de entrevistas em que apresentava na emissora de TV da universidade, a TV Univali. O nome do programa era “Cafezinho a Dois” – nome terrível (posso falar porque fui eu mesmo que o batizei).

Graciliano, muito solícito, aceitou na hora o meu convite. Fiquei todo bobo! O apresentador do telejornal número 1 da região iria ao meu (muito) humilde programa e eu poderia fazer todas as perguntas que um dia tive curiosidade de saber.

No dia da gravação, o Rodrigues chega antes do horário combinado – Graciliano sabia que equipes de televisão não gostam de perder tempo.

Durante a entrevista, me surpreendi com um ser humano de fala mansa, ponderado e acima de tudo, esbanjando lucidez e profissionalismo em todos os meus questionamentos.

Graciliano sempre fazia o público vibrar com seus comentários.

O teleprompter – equipamento acoplado às câmeras de vídeo que exibe o texto a ser lido durante os programas de TV – era apenas uma muleta em que o profissional se apoiava.

Como todo bom formador de opinião, Rodrigues não passava a mão na cabeça de políticos. Ao mesmo tempo, também não tinha aversão à classe. Defendia a renovação do congresso, mesmo nunca querendo se envolver com o meio. Sábia decisão!

Quando a notícia que Graciliano teria sido demitido da TV RIC Record foi publicada, muitos ficaram sem entender (estão ainda). Como que uma emissora que cresceu tanto em cima de sua imagem estaria agora lhe chutando para fora desse jeito?

Definitivamente, Graciliano não teve o encerramento de carreira que merecia. Após a dispensa da Record em fevereiro do ano passado, o apresentador fez as malas para a sucateada TV Brasil Esperança, que permaneceu até o dia em que sofreu a parada cardíaca em casa. 

Por fim, gostaria de encerrar a coluna de hoje dizendo que o dia em encontrei Graciliano foi um dos mais especiais na minha ainda curta vida profissional. Suas dicas (dadas ao fim da entrevista) tento seguir com rigor.

Também quero dedicar esse texto não só a família do apresentador, como também a todos nós, comunicadores de Santa Catarina, que trabalharam ou não com Graciliano.

Ontem às 18h, perdemos um profissional versátil, audacioso e carismático. Um exemplo a ser seguido.

 Já o público em geral…

O público perde um grande amigo.

Entrevista de Graciliano na TV Univali em 2014.

Por LUCAS MACHADO
jornalista
DRT 0006544/SC

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