Click Camboriú Notícias Justiça Operadores de pirâmide financeira são afastados do mercado pela justiça

Operadores de pirâmide financeira são afastados do mercado pela justiça

Cerca de 3.500 pessoas teriam sido lesadas em todo o País pela empresa Go Capital após serem atraídas por propaganda enganosa

Ilustração

BALNEÁRIO CAMBORIÚ – A pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), 13 pessoas que operavam um esquema de pirâmide financeira a partir de Balneário Camboriú, por meio da empresa Go Capital, estão proibidas pela Justiça de exercer atividade relacionada à captação de investidores e valores e também impedidas de manter qualquer contato com as testemunhas/vítimas ouvidas no procedimento. O prejuízo total estimado é de R$ 7 milhões. 

As medidas cautelares foram deferidas pelo Poder Judiciário ao receber a ação penal ajuizada pela 6ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú. A decisão do Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Balneário Camboriú também manteve a suspensão das atividades da empresa Go Capital, deferida liminarmente na Operação Criptomoeda, desenvolvida em conjunto pela 6ª Promotoria de Justiça e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) em junho de 2020. 

De acordo com a 6ª Promotoria de Justiça, a empresa se apresentava como suposta investidora de criptomoedas, Bovespa, Forex, Opções Binárias, Bolsa dos EUA, mas, na verdade operava um esquema de pirâmide financeira, movimentado valores em dinheiro e criptomoedas, além de veicular propaganda enganosa com a divulgação de informações falsas, com a promessa de altíssimos rendimentos sobre o capital investido. 

Com a construção de identidade visual sofisticada e instalação de escritório luxuoso, a fim de transparecer solidificação e credibilidade no mercado, a empresa teria atraído as vítimas com promessas de lucros exorbitantes, mascarando a constituição de pirâmide financeira por meio de um plano de benefícios pela indicação de novos “clientes’. 

Para burlar os órgãos fiscalizadores, os réus teriam dissimulado a origem de valores e ofuscavam a atenção das autoridades para o esquema utilizando criptomoedas, neste caso as bitcoins, como meio de investimento, por não serem consideradas valores mobiliários, e por não terem regulamentação prevista pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e nem pelo Banco Central. 

As 13 pessoas denunciadas foram acusadas pelo Ministério Público de crime contra as relações de consumo (propaganda enganosa), de crime contra a economia popular (pirâmide financeira), de apropriação indébita, de lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa.  

A denúncia do MPSC foi recebida pela Justiça, e os acusados passam a ser, formalmente, réus na ação penal, na qual terão amplo direito à defesa e ao contraditório. 

Quem fazia parte do esquema  

  • Daniel Cruz Pereira: Atuava como presidente, responsável pela administração e operações financeiras administrativas.   
  • Alexandre Gonçalves Padilha: Atuava como trader (operava parte dos valores arrecadados), por meio de operações com bitcoins e no mercado Forex (proibido no país).   
  • Carlos de Oliveira Florentino: Ocupava a função de “Diretor de Expansão Global” que, na prática, implicava na divulgação da empresa por meio da realização de convenções e treinamentos em todo o território nacional para atração de investidores e formação de líderes.   
  • Mara Rubia Serrão: Advogada e amiga pessoal de Daniel Cruz Pereira. Prestou orientação jurídica desde a fundação da empresa, a fim de mascarar a ilicitude do negócio.   
  • César Augusto de Camargo Cardon: Indicado para ocupar o cargo de diretor, mas na prática era apresentado com mero funcionário. Braço direito de Daniel, prestava atendimento aos investidores e participava ativamente das atividades da Go Capital.   
  • Genilson Sampaio de Almeida: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira. Considerado um dos maiores líderes de pirâmides financeira do país, com rede superior a 15.000 (quinze mil participantes), que o acompanham em empresas similares. Já havia atuado como líder em empresas similares.   
  • Leonir Alba: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira. Considerado um dos mais atuantes da empresa.   
  • Fabio Santana Borges: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Cuiabá/MT. Considerado um dos líderes mais atuantes da empresa. Já havia atuado em empresas similares.   
  • Márcio Antonio Percicotti: Participou juntamente com Daniel Cruz Pereira, Alexandre Gonçalves Padilha, César Augusto de Camargo Cardon e Carlos de Oliveira Florentino da criação da empresa, tendo sido indicado para ocupar o cargo de diretor. Participava ativamente das convenções e treinamentos em todo o território nacional. Já havia atuado como líder em empresas similares.   
  • Jonathan Rodrigues: Indicado como líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Taió/SC. Já havia atuado como líder em empresas similares. Recebia valores em espécie.  
  • Rodrigo Gonzaga Neubert: Indicado como líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Criciúma e Jaguaruna/SC. Já havia atuado como líder em empresas similares. Recebia valores em espécie.   
  • Alex Alexandre de Oliveira: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Criciúma e Morro da Fumaça/SC. Já havia atuado como líder em empresas similares.   
  • Lucas Saccon: Atuou como líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Criciúma e Morro da Fumaça/SC. Participante ativo dos eventos e treinamentos para divulgação da empresa.  
Sair da versão mobile