Concurso público para efetivação de profissionais. Processo seletivo para contratação de professores e monitores. Os dois procedimentos foram realizados pela Secretaria de Educação de Camboriú. Mas profissionais da área dizem que os chamamentos não foram suficientes para preencher todas as vagas e que a Secretaria está contratando muitos estagiários. “Inclusive, alguns deles estão assumindo turmas”, declarou uma profissional que procurou os vereadores Jane Stefenn (PSDB), Ângelo César Gervásio (PMDB) e Josué Pereira (PP).
Na semana passada, a vereadora Jane já havia recebido uma denúncia de que uma aluna com deficiência ficou dias sem ir à escola por falta de monitor. Depois, ao invés de um monitor de inclusão, a informação que a mãe recebeu é que o trabalho seria realizado por um estagiário. Ainda de acordo com as profissionais que falaram com os vereadores, nenhum monitor de inclusão do processo seletivo foi chamado.
As profissionais chamam a atenção para a diferença salarial. Enquanto um professor recebe R$ 1.950, o pagamento do estagiário é de R$ 780. Na sessão de terça-feira, dia 10, o vereador Ângelo abordou a questão. “Precisamos verificar se o número de estagiários está de acordo com a lei. Este trabalho de estudantes tem que ser supervisionado, eles não devem assumir turmas”, disse ele. Para Ângelo, o excesso na contratação de estagiários é perigoso, porque facilita a indicação direta, chamada por ele de “política de favorecimento”. Para as profissionais, este tipo de procedimento desestimula o avanço na carreira.
A vereadora Jane procurou a Secretaria de Educação para saber mais sobre a denúncia que recebeu. A informação repassada a ela é de que é preciso enviar para a Câmara um projeto para aumentar o número de vagas e então poder chamar mais concursados. Segundo o funcionário que a atendeu, a secretária de Educação, Fátima Gervásio, pediu ao setor jurídico agilidade nesta questão.
Os três vereadores vão apresentar requerimento para verificar o número de contratações da Secretaria, envolvendo novos efetivos, contratados em caráter temporário e estagiários. “A denúncia que recebemos é grave e precisamos verificar o que exatamente está ocorrendo”, conclui Jane.