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Aprovada em BC, lei que proíbe canudo criou efeito contrário no Rio de Janeiro

Comerciantes trocaram canudinhos por copos e garrafas plásticas com medo de multa

canudo e agua de coco
Imagem ilustrativa

Na noite desta terça-feira, 13.fev2019, os vereadores de Balneário Camboriú aprovaram o projeto de lei que proíbe a utilização e o fornecimento de canudos de plástico em bares, restaurantes e similares. Uma reportagem do jornal Metro, publicada há quatro meses, mostra que lei semelhante aprovada no estado do Rio de Janeiro acabou criando efeito contrário: Comerciantes trocaram canudinhos por copos e garrafas plásticas com medo de multa.

Veja a reprodução da reportagem na íntegra:

Proibição de canudos cria efeito contrário

A medida era uma alternativa que deveria ajudar a melhorar o meio ambiente, mas, agora, gera preocupação. Os comerciantes do Rio têm tido dificuldades para encontrar o canudo de papel biodegradável nos centros de distribuição.

Há dois meses, a prefeitura sancionou uma lei que proíbe o uso dos canudinhos de plástico, só que os fabricantes ainda não conseguiram se adaptar e os novos modelos estão em falta. “A procura é até grande, só que as fábricas ainda não têm para distribuir e a gente fica sem o material”, reclamou Maurício Ferreira, gerente de loja.

O preço também assusta: um pacote com mil unidades de canudos biodegradáveis custa R$ 170. O de plástico, com a mesma quantidade, sai a R$ 6. “Não compensa comprarmos um canudo, ainda que seja caro, e eu ser obrigada a aumentar o valor do meu produto”, disse a empresária Rosana Monteiro.

A multa para quem descumprir a lei varia de R$ 650 a R$ 6 mil. Para evitar a punição e por causa da escassez e do valor mais alto do produto adequado, alguns donos de barracas e ambulantes pensam em substituir os canudos proibidos por outros objetos de plástico, como copos e garrafas. Uma medida que não ajuda em nada na proteção da natureza, já que esses materiais demoram mais de 200 anos para se decompor.

O autônomo Carlos Nogueira não concorda com a ideia, mas já cogita a possibilidade. “Tudo o que é ecologicamente correto a gente apoia, mas foi mudado na base da caneta e não teve tempo de adaptação”, criticou.

Canudo próprio para os consumidores que desejam tomar, por exemplo, uma água de coco sem problemas, a dica é usar o próprio canudo reutilizável. “Tenho várias amigas que compraram canudo de metal, de bambu. Estou pensando em fazer isso, porque, às vezes, você recebe uma latinha na rua e não sabe o que fazer. Muito mais tranquilo para a natureza e a gente não fica fazendo tanto lixo por aí”, opinou a jornalista Paola Sidney.

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