A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que analisa as ações da Fundação Hospitalar de Camboriú, passa atualmente pela primeira etapa de investigações. Todas as semanas, os vereadores que fazem parte da comissão recebem pessoas que fizeram, ou ainda fazem, parte da história do hospital para uma entrevista.

O grupo de examinadores é formado por cinco membros: o vereador Alexsander Alves Ribeiro, Canídia (PPS) com a função de presidente; o vereador Amilton Bianchet (PSDB) na função de relator; e os membros José Simas (DEM), Márcio Aquiles da Silva (PSC) e Ângelo César Gervásio (PMDB).

Até o momento quatro pessoas já foram ouvidas pela comissão. O primeiro deles foi o ex-prefeito Andrônico Pereira, seguido pelo membro da diretoria e um dos fundadores do hospital, Zenildo Saut. O grupo também já conversou com o dr. Antonio Carlos Raymundi, proprietário do Hospital São Francisco de Assis, e Joel Reis, diretor do mesmo hospital e administrador da Fundação Hospitalar de Camboriú.

Conforme o presidente da Comissão, durante as próximas semanas também serão ouvidos médicos, funcionários, membros das diretorias que passaram pela Fundação Hospitalar e administradores. “Em paralelo às entrevistas, a CPI também já enviou um ofício à Prefeitura de Camboriú solicitando todos os documentos referentes à Fundação, como convênios, contratos e benefícios”, explica Canídia.

Além da Prefeitura, a CPI também solicitou informações sobre contas, pagamentos e histórico de consumo para a Celesc e Secretaria de Saneamento Básico (Sesb). Ainda de acordo com o presidente, a comissão busca mais dados sobre a Fundação em cartórios da cidade e região, como atas estatutárias, escrituras de patrimônio e documentos extras relacionados à instituição.

“Assim que todos forem ouvidos daremos início a segunda etapa da CPI que acontecerá no plenário, através de audiências, onde os vereadores poderão fazer questionamentos. Estas audiências podem ser assistidas pela população e imprensa”, completa Canídia.

Entenda a CPI

Em 2013 , logo após a posse dos vereadores, eles se reuniram com funcionários da Fundação Hospitalar que mostraram irregularidades dentro da instituição. Na época, os vereadores acreditaram que a troca de diretoria seria suficiente para resolver o problema administrativo.

Porém, a situação da Fundação não melhorou com o passar dos meses e resultou no fechamento quase total do hospital. Um dos problemas mais preocupantes da instituição é o atraso no salário dos funcionários, além do roubo de documentos que estavam guardados na Fundação. O furto aconteceu em 2014, logo após uma decisão judicial que nomeava um interventor para administrar o local.