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Sindicato dos Médicos de SC emite nota de repúdio contra processo seletivo da Prefeitura de Camboriú

Simesc disse que saúde não pode ser tratada com “migalhas”; Salário oferecido seria 90% menor que o piso nacional da categoria

saude medico
Imagem ilustrativa

O Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) emitiu, nessa quinta-feira (19), nota de repúdio contra remuneração oferecida aos médicos no processo seletivo 001/2018 da Prefeitura de Camboriú. A denúncia da vereadora Jane Stefenn mostrou o desrespeito ao piso de várias categorias profissionais da área da Saúde, entre elas a de doze especialidades médicas que receberão salários de R$ 1.566.58, valor quase 90% mais baixo que o piso nacional da categoria. Em nota, o Simesc afirma que “a saúde precisa ser prioridade e não pode ser tratada com migalhas”.

“Ainda que a prefeitura justifique problemas financeiros para não estabelecer uma remuneração digna e baseada no que indicam as entidades médicas, o Simesc repudia atitudes que buscam remediar com placebo os graves problemas de saúde, iludindo o cidadão de que terá acesso a serviço público de saúde com qualidade”, afirma trecho da nota.

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O Sindicato ainda alerta para os problemas decorrentes da remuneração inadequada como a rotatividade do profissional no serviço público de saúde, fragilizando a relação entre médico e paciente, além da “falta de condições do médico se manter atualizado e com competência técnica de entregar o atendimento que a população merece e necessita”.

A nota foi emitida depois de a direção do Simesc tomar conhecimento das denúncias da vereadora Jane Stefenn sobre o desrespeito aos indicativos de pisos e convenções coletivas das categorias dos médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e farmacêuticos oferecida pela Prefeitura de Camboriú no processo seletivo 001/2018. Em março desse ano, o Conselho Regional de Fonoaudiologia da 3ª Região também havia emitido nota de repúdio contra a remuneração oferecida que é 44% menor que o piso indicado pela categoria.

Defasagens – Segundo o edital do processo seletivo, o salário para a vaga de psicólogo geral é de R$ 1.685,94, 55% menor que o piso indicado de R$ 3.728,05 para a categoria. No caso da vaga para Farmacêutico/bioquímico (Geral) o salário oferecido é de R$ 1.685,94, enquanto o sindicato da categoria indica pisos a partir de R$ 2.275,00, o que mostra uma defasagem de pelo menos 35,9%. No caso dos fisioterapeutas, chega a 62,3% a diferença entre a remuneração oferecida pela prefeitura que é de R$ 1.035,23 e o piso nacional indicado pela Federação da categoria é de R$ R$ 2.750,80. Os Nutricionistas a serem contratados receberão R$ 1.685,94 por 40 horas trabalhadas semanalmente, 40% menos que o indicado pela categoria que é de R$ 2.837,00.

Confira a íntegra da nota de repúdio:

Prefeitura de Camboriú quer pagar só 10% do salário para os médicos

O Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) repudia o processo seletivo que está sendo realizado pela prefeitura de Camboriú em que chama para a contratação temporária médicos de várias especialidades e oferece como pagamento o piso de R$ 1.566,58 para 20 horas.

A citada remuneração é um evidente desrespeito às lutas profissionais da categoria médica em todo o país e representa pouco mais de 10% do valor do Piso Nacional do Médico (R$ 14.134,58 – 20 horas), defendido por todas as entidades médicas nacionais.
É sabido que remuneração inadequada gera pelo menos dois problemas: a não fixação do profissional no serviço público de saúde, o que fragiliza a relação médico – paciente, e a falta de condições do médico se manter atualizado e com competência técnica de entregar o atendimento que a população merece e necessita.

Ainda que a prefeitura justifique problemas financeiros para não estabelecer uma remuneração digna e baseada no que indicam as entidades médicas, o Simesc repudia atitudes que buscam remediar com placebo os graves problemas de saúde, iludindo o cidadão de que terá acesso a serviço público de saúde com qualidade.

A saúde precisa ser prioridade e não pode ser tratada com migalhas.

Florianópolis, 18 de abril de 2018.

Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina – Simesc

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